VIY

(VIY)
Rússia / Ucrânia / Rep. Tcheca
Dir.: Oleg Stepchenko

Ótima versão russa para o clássico de 67, baseado em conto de Gogol e em lendas dos países eslavos.

A novidade aqui é respeitar a lenda e incluir novos elementos como uma aldeia dominada pelo fanatismo religioso e um cientista inglês (Jason Flemyng) que se interessa pela história do padre que desapareceu após passar três dias velando o corpo de uma bela moça, filha de um mandachuva do lugar.

Os efeitos são ótimos e não fazem feio frente aos similares americanos, em especial a sequência na taberna em que o personagem de Flemyng é atacado por criaturas dignas dos filmes de Del Toro, e que remete diretamente a uma sequência semelhante no filme original.

MIZUCHI

(MIZUCHI)
Japão - 2006
Dir.: Kiyoshi Yamamoto

Mortes misteriosas, aonde as pessoas furam os próprios olhos, despertam a curiosidade de uma jornalista, que acredita que alguma coisa na água pode estar enlouquecendo a população e um terremoto, que desenterrou um antigo templo, pode ter ligação com os acontecimentos.

Terror japonês lento, o que é meio habitual no cinema de terror local.

STREET TRASH

(STREET TRASH)
EUA - 1987
Dir.: J. Michael Furo

Dono de mercadinho encontra uma caixa de bebidas com a validade vencida esquecida em seu estoque e resolve vender assim mesmo. Resultado: os mendigos da vizinhança, clientes do bar, começam a derreter ou explodir em tinta multicolorida depois de beber o troço.

Fazendo jus ao título, é uma bela porcaria, com direito a muito gore e interpretações pra lá de toscas. A ambientação é até interessante, porque se nota a utilização de cenários realmente degradados e reais, mas se alonga demais em um roteiro sem muito assunto, e uns personagens malucos (são todos basicamente mendigos e pessoas à margem da sociedade, que moram eu um misto de ferro-velho e lixão).

À título de curiosidade, Bryan Singer (de "X-Men" foi produtor assistente da coisa.

O HORRÍVEL SEGREDO DO DOUTOR HICHCOCK

(L'ORRIBILE SEGRETO DEL DR. HICHCOCK)
Itália - 1962
Dir.: Riccardo Freda

Em 1885, depois de perder sua mulher, que sofria de doença não especificada e era tratada por ele com algum tipo de medicamento também não esclarecido, o doutor do título vai embora do castelo aonde morava, deixando o lugar aos cuidados de sua governanta.

Tempos depois ele volta, com uma nova mulher que logo começa a ver fantasmas e a suspeitar que há algo errado. Claro que ela vai ter sua sanidade posta em dúvida, até descobrir o que o médico esconde.

Terror italiano da fase áurea desse gênero no país, e dirigido por um egípcio que tem no currículo até uma versão de "O Guarani", dirigida em 1948, e uma de "Spartacus" em 53. Tem uns defeitos, porque às vezes parece que o médico não sabia o que se passava em sua casa, e nem esclarece qual a função da governanta no horrível segredo escondido em um castelo com jeitão de filme da Hammer (a bem da verdade, o castelo sombrio com um porão misterioso é um dos deliciosos clichês da época), e aquelas cenas clássicas aonde uma simples vela é capaz de iluminar um Maracanã.

Mas a direção de Freda é legal, embora a atuação canastrona de Robert Flemyng como o médico seja um tanto exagerada. E ainda tem a musa Barbara Steele, capaz de atuar em filmes de Roger Corman e Mario Bava, e de Federico Fellini e Volker Schlöndorff 

GUERRA DOS MUNDOS - O PRÓXIMO SÉCULO

WOJNA SWIATÓW - NASTEPNE STULECIE
Polônia - 1981
Dir.: Piotr Szulkin

Adaptação polonesa para o clássico de H. G. Wells, aonde a invasão marciana é narrada em um programa de TV, por um locutor sensacionalista.

O grande vilão aqui não são os ET's, mas sim a TV, mostrada como algo manipulador e opressor da vontade humana, submetida a programas e vontades impostas pela programação televisiva.

Bom filme sobre como os humanos se recusam a pensar e aceitam tudo o que vem da telinha (hoje, substituída pela internet, como se viu nas últimas eleições).

O diretor é o mesmo de "O-bi, O-ba - Koniec Cywilizacji".

SALMO 21

(PSALM 21)

Suécia - 2009

Dir.: Fredrik Hiller

Padre começa a ter pesadelos com a mãe morta, e quando o pai morre ele viaja para a cidade natal do falecido e descobre que esse não era muito querido.

Vem a tona então o motivo de seus pesadelos, mais terrenos do que os demônios que ele imagina que lhe tentam.

É meio lento, confuso no começo, que se torna só um pouco mais interessante no fim. O salmo do título era o favorito do pai do protagonista.

BORGMAN

(BORGMAN)
Holanda / Bégica / Dinamarca - 2013
Dir.: Alex Van Warmerdam

Homem misterioso, que vivia escondido em um buraco em uma fazenda, chega na casa de uma família e consegue se enfiar no meio desta. Ele então começa a influenciar, negativamente, a família que lhe acolheu.

Ótima fantasia sobre como o mal é sutil e ardiloso - não precisa pensar muito pra saber quem é Borgman e seus companheiros, e como o ser humano, do alto de sua arrogância e egocentrismo, é insensível ao que se passa ao seu redor.

OS SENHORES DE ATLÂNTIDA

(WARLORDS OF ATLANTIS)
Inglaterra - 1978
Dir.: Kevin Connor

Sessão da tarde.

Cientista monta uma equipe de pesquisa e parte em busca de Atlântida e, depois de encontrarem uma misteriosa estátua no fundo do mar e serem atacados por um polvo gigante, são levados para a mítica cidade submersa, lar de um povo governado por uma elite um tanto hostil, autoritária e que pretende usar a tripulação para engrossar a população do local, constantemente atacada por monstros marinhos.

Imperdível, tem tudo aquilo que caracterizou o cinema de sci-fi e aventura da época: cenários e figurinos delirantes, monstros em stop motion, etc.

Doug McClure é um dos atores que inspirou a personagem Troy McClure, de "Os Simpsons"; outra curiosidade é que os moradores de Atlântida tem guelras atrás das orelhas, assim como na bomba "Waterworld", de Kevin Costner.

FERTILE GROUND

(FERTILE GROUND)
EUA - 2011
Dir.: Adam Gierasch

Mulher perde o filho que estava esperando e ela e o marido decidem mudar para uma casa distante, pertencente à algum antepassado dele.

Aí, é aquilo de sempre: há uma presença na casa, que influencia o marido alterando seu comportamento e fazendo com a mulher desconfiar que há algo errado no lugar.

Além disso, ela, que não poderia mais ter filhos, engravida.

Muito fraquinho.

O TESTAMENTO E O ÚLTIMO DESEJO DE ROSALIND LEIGH

(THE LAST WILL AND TESTAMENT OF ROSALIND LEIGH)
Canadá - 2012
Dir.: Rodrigo Gudiño

Curioso drama de horror.

Proprietário de uma loja de antiguidades recebe de herança a casa da mãe, com quem não se dava e não via há tempos, após a morte dela.

A casa é um verdeiro antiquário (ela comprava os objetos que o filho vendia à escondidas). Ao passar a noite na casa e começa a perceber algum tipo de presença, receber visitas estranhas e desconfiar que a mãe participava de algum culto misterioso obscuro.

Mas o que "assombra" a casa é algo mais sinistro, fruto de um dos mais infelizes sentimentos que o ser humano pode sofrer.

DOOD VAN EEN SCHADUW

(DOOD VAN EEN SCHADUW)
Bélgica / França - 2013
Dir.: Tom Van Avermaet

Curta metragem sobre um homem que morreu na Primeira Guerra e vaga pelo tempo coletando almas, no momento de sua morte, para uma figura misteriosa.

Ao atingir 10.000 almas, ele teria a sua de volta e poderia reencarnar aonde quisesse; no seu caso, seria a oportunidade de reencontrar a mulher por quem se apaixonou antes de morrer.

O filme concorreu ao Oscar de melhor curta, e é um filme bacana, de final triste e visualmente bonito.

SYVÄLLE SALATTU

(SYVÄLLE SALATTU)
Finlândia - 2009
Dir.: Joona Tena

Julia se muda para a pequena cidade aonde nasceu para trabalhar como advogada de um grupo que defende um lago local, levando junto o filho pequeno e o cachorro.

A casa aonde se ela instala não está em boas condições e não demora para acontecerem fatos estranhos, como uma, aparentemente, invasão.

Depois de um acidente, e de descobrir alguns detalhes do passado de sua família, ela passa a suspeitar que seu pai deseja usar seu filho em um ritual de sacrifício.

A história é meio batida e usa uma lenda finlandesa - sobre um dono de moinho que sacrifica o filho para um espírito que viveria no lago, e assim ficaria rico - em um enredo que no final se mostra meio confuso, aonde as personagens tomam atitudes meio incompreensíveis.

FRANKENSTEIN - O MONSTRO DAS TREVAS

(FRANKENSTEIN UNBOUND)
EUA - 1990
Dir.: Roger Corman

Cientista (John Hurt, coitado) trabalha em uma nova arma capaz de desintegrar qualquer coisa quando algo dá errado e abre uma brecha no tempo. A tal brecha o leva à 1817, na Suíça, aonde ele encontra personagens históricas como Mary Shelley, Lord Byron e Percy Shelley (ela é a autora de Frankenstein, e a relação do trio foi tema de "Gothic", de Ken Russell).

Além dos 3, ele ainda esbarra em Victor Frankenstein, personagem do livro de Mary Shelley, aqui às voltas com o seu famoso monstro.

Ou seja, Corman toma como verdadeira a existência do cientista e sua obra, o famoso monstro, e daí pra frente a coisa só piora.

O filme tem elenco estelar: Hurt, Raul Julia, Jason Patric, Bridget Fonda e o falecido cantor do INXS, Michael Hutchence em um projeto totalmente equivocado, que beira o trash, não fosse o razoável investimento, com filmagens na Itália, em bons cenários.

A criatura é bizarra, como se vê no poster. Qual o sentido de se costurar pedaços de córnea? E a personagem de Hurt anda pra lá pra cá em um carro ultramodernoso que fala e não causa espanto em ninguém, nem quando diz que veio do futuro, ou mostra seu relógio digital.

Ah sim, assim como nas novelas de Glória Perez se fala português na Índia, Marrocos e Turquia, na Suíça de Corman se fala inglês como língua nativa...

E tem mais: noiva de Frankenstein com 6 dedos, Sr Corman?

FENG SHUI

(FENG SHUI)
Filipinas - 2004
Dir.: Chito S. Roño

Joy percebe que um homem esqueceu um bagua no ônibus (um amuleto oriental, em formato hexagonal com um espelho no meio, e que é vendido em qualquer loja de produtos esotéricos) e tenta devolver para o dono, sem sucesso. Quando para no mercadinho perto de casa para comprar alguma coisa, a dona lhe diz para colocar em casa, pois lhe daria sorte.

Dito e feito, ela e o marido, com quem tem 2 filhos, começam a ter sucesso no emprego, em sorteios, recebendo heranças, etc.

Ao mesmo tempo, Joy identifica o homem que perdeu o troço em uma foto no jornal, morto, e logo depois é a vez da dona do mercadinho, depois um segurança que a ajudou. Além disso, os filhos começam a afirmar ver alguém dentro de casa.

Obviamente, Joy vai desconfiar que o tal amuleto é maldito e tentar descobrir uma maneira de acabar com a maldição.

Objetos amaldiçoados são tema recorrente no cinema de terror, e esse aqui não tem nenhuma novidade, embora até seja interessante, principalmente quando apresenta a origem do objeto e relaciona as mortes ao signo do morto no horóscopo chinês: um dos mortos nasceu no ano do coelho, e morre correndo; a mulher que nasceu no ano do rato morre de leptospirose.

O VISITANTE DO MUSEU

(POSETITEL MUZEYA)
Rússia - 1989
Dir.: Konstantin Lopushanskiy

Ficção russa, passada em um tempo pós apocalíptico aonde o mar subiu, causando o alagamento de algumas áreas da Terra.

Viajante (nenhuma das personagens tem nome) viaja para uma dessas regiões alagadas para visitar um museu, isolado pelo mar, e que só é acessível quando a maré baixa, sendo empreendida uma viagem de 3 dias de ida e 3 de volta, sob o risco de ser tragado pela subida da maré.

No caminho, personagens desolados e desesperançados, além de mutantes - seres humanos deformados e deficientes mentais, que vivem à espera de um Messias, cultuando uma

religião e entoando uma estranha oração aonde pedem "deixe-nos sair" à exaustão.

Sci-fi de tom filosófico bem aos moldes russos, com questionamentos religiosos e aquelas paisagens típicas desses filmes - as cenas no lixão são impressionantes e lembram muito "Stalker", de Tarkovsky.

Filme lento, longo, de difícil compreensão, embora fique claro o significado da oração - e o discurso final do protagonista deixa isso bem claro.

O diretor é o mesmo de "Gadkie Lebedi" e "Pisma Myortvogo Cheloveka", com direito a muita fotografia avermelhada, repetindo esses dois filmes.

ENFERMEIRAS SÁDICAS

(SUAY LAAK SAI)
Tailândia - 2007
Dir.: Piraphan Laoyont, Thodsapol Siriwiwat

Enlouquecido filme tai sobre um grupo de enfermeiras assombradas por uma fantasma de mulher e suas longas madeixas alouradas.

As mortes e as circunstâncias em que ocorrem são o melhor do filme, pois a trama praticamente não existe, sendo apenas uma sequência de imagens pra lá de criativas.

Tem a habitual montoeira de cabelo que habita o cinema oriental, e mortes absurdas envolvendo cabelo, além de outra aonde uma mocinha tem uma bolsa (!!!) costura em seu pescoço. Tem também uma tentativa tosca de erotismo, que culmina com uma moçoila tomando banho completamente vestida!

Diversão garantida para a turma do quanto pior melhor.

AMOR ENTRE VAMPIROS

(BITTEN)
Canadá - 2008 (Vídeo)
Dir.: Harvey Glazer

O título nacional já não ajuda muito, porque há apenas uma vampira em cena, Danika, que é encontrada coberta de sangue na rua por Jack (Jason Mewes, da dupla "Jay & Silent Bob", dos filmes idiotas de Kevin Smith; um péssimo ator, por sinal), que a leva para sua casa.

Aparentemente, a desconhecida está em crise de abstinência, mas o que Jack vai perceber mais tarde, quando ela jantar sua ex-namorada, é que a abstinência de Danika é por sangue.

Tenta ser mais drama, com toques de comédia, do que terror. Mediano, sem nenhuma novidade à apresentar ao tema dos vampiros.

Após os créditos, algumas cenas adicionais mostram o que seria a real idade mental de Mewes.

QUANDO AS LUZES SE APAGARAM

(WHEN THE LIGHTS WENT OUT)
Inglaterra - 2012
Dir.: Pat Holden

Família se muda para uma casa antiga, no subúrbio, quando a filha adolescente começa a sofrer ataques dos fantasmas com quem ela descobre que agora eles dividem a casa.

Se diz baseado em fatos reais, e o que seria o mais assustador caso de poltergeist da Europa.

Filme fraco, que não assusta ninguém, até porque nada do que aparece aqui é novidade para quem acompanha filmes de terror.

THE CALLER

(THE CALLER)
EUA / Porto Rico - 2011
Dir.: Matthew Parkhill

Mary Kee se muda para um novo apartamento e recebe uma ligação de uma mulher procurando um homem. A mulher torna a ligar e afirma para Mary estar falando do passado, após a guerra do Vietnam. A mulher tem problemas com o marido e é instigada por Mary a reagir, o que acabaria causando a morte do tal cara.

A partir daí a vida dela passa a correr perigo, pois se torna alvo da tal mulher do passado, que a acusa de ter causado a morte do marido. O filme também vira uma confusão com personagens que seriam reais ou vindos direto do passado para infernizar a vida de Mary.

Muito confuso.

Stephen Moyer, de "True Blood", e Luiz Guzmán, de "Boogie Nights" e "Pagamento Final", entre outros, batem cartão aqui.

ESPÍRITOS NEGROS

(MORKE SJELER)
Noruega / França - 2010
Dir.: César Ducasse / Mathieu Peteul

Garota é atacada por um homem que lhe fura o crânio com uma furadeira, abandonando o corpo na margem de um rio. Dada como morta, ela ressuscita no necrotério e vai para casa, apática, e começa a vomitar uma substância preta.

Internada, os médicos identificam um tumor em seu cérebro mas não a origem da substância que lhe foi introduzida. Enquanto isso, novas pessoas atacadas começam a aparecer em Oslo.

Sem pistas, a polícia parece perdida, mas o pai da primeira garota atacada começa uma investigação por conta própria que lhe põe na cola dos agressores da filha, que agora vive em um estado próximo ao de um zumbi.

É interessante, mas falta maior cuidado (talvez verba mesmo) na produção, além da direção se mostrar meio incompetente nas cenas em que deveria haver tensão, como na da luta na escada.

RIGOR MORTIS

(GEUNG SI)
Hong Kong - 2013
Dir.: Juno Mak

Filme bem acabado e com uns efeitos interessantes, sobre um suicida que, salvo da morte por um vizinho, se vê em meio aos espíritos que habitam um prédio xexelento de Hong Kong.

O problema é a confusão de personagens e tramas, não ficando claro se é delírio ou realidade o que se vê em cena, como duas gêmeas demoníacas; mãe e filho (que lembram outras tramas do terror oriental) e a mais interessante das tramas, envolvendo a tentativa de trazer de volta à vida um recém falecido.

A MEMÓRIA DO MORTO

(LA MEMORIA DEL MUERTO)
Argentina - 2011
Dir.: Valentín Javier Diment

Jorge morre subitamente e sua apaixonada mulher resolve reunir os amigos com um objetivo: trazer o morto de volta à vida.

O grupo então se tranca em uma casa e, realizado um ritual, o lugar se torna uma espécie de farol, atraindo os mortos que tiveram algum grau de relacionamento com quem está lá dentro.

Começa então uma lavação de roupa suja entre os habitantes dos dois mundos, com direito a violência, incesto, ofensas, etc.

Um roteiro pra lá de interessante, tocado de uma forma meio confusa, mas que mantém o interesse até o final.

O diretor usa uma fotografia estilizada que lembra muito Mario Bava e Dario Argento em seus áureos tempos, e ainda consegue criar algumas cenas bem interessantes, principalmente as com a menina sem rosto.

HIERRO

(HIERRO)
Espanha - 2009
Dir.: Gabe Ibáñez

Durante uma viagem à uma ilha na costa espanhola o filho de Maria desaparece. Meses depois a polícia local a chama para fazer o reconhecimento de um corpo, que Maria não identifica como de seu filho. Só que um problema burocrático a obriga a ficar mais uns dias na ilha.

Maria então acredita ter visto a criança em uma praia deserta e inicia uma investigação por conta própria, principalmente depois de saber de outro menino desaparecido após um acidente de carro.

O filme segue meio arrastado mas mantém o interesse - salva-se também a boa fotografia - só lá pelas tantas a protagonista começa a ter atitudes meio incoerentes, e aí o único interesse passa a ser como a história vai terminar.

SONHO ETERNO

(NAGAI YUME)
Japão - 2000 (TV)
Dir.: Higuchinsky

Esquisitíssima produção feita para a televisão sobre um homem que é internato em um hospital alegando que seus sonhos duram mais que o normal: no início duravam 1 dia, e foram aumentando sua duração para mais de 10 anos.

A consequência disso foi uma mudança em sua aparência (um defeito especial meio tosco, perdoável por ser feito para a TV), pois como seus sonhos duravam muito tempo, seu corpo se adaptou a realidade de uma geração futura, expressando a mudança física causada pela evolução humana.

O diretor de nome estranho se saiu bem melhor em seu filme posterior, "Uzumaki".

O BOSQUE MALDITO

(IL BOSCO FUORI)
Itália - 2006
Dir.: Gabriele Albanesi

Casal que está discutindo a relação na beira de uma estrada é atacado por três homens. Eles conseguem escapar graças a outro casal que passava pelo local, e são convidados a irem até sua casa para se acalmarem. Ao chegarem, eles descobrem que estão em situação tão pior quanto antes, pois a família precisa alimentar seu rebento...

Tem muito tempo que o cinema de terror italiano se perdeu, e esse aqui só confirma a péssima fase. A história é manjada, e é tudo meio mambembe: é visível que as cenas noturnas foram feitas de dia; as atuações são canhestras; e tem aquela fixação com olhos femininos, facas e closes que já fazem parte do modelo carcamano de filmes de terror.

Uma pena, mas parece difícil acreditar que o cinema de terror italiano volte a ter alguma relevância no cenário cinematográfico mundial.

CORAZON: ANG UNANG ASWANG

(CORAZON: ANG UNANG ASWANG)
Filipinas - 2012
Dir.: Richard Somes

Corazon tem dificuldade de engravidar, e isso incluí apelar para santos e curandeiros. Além disso, ela e a mãe não são bem vistas pela miserável comunidade aonde vivem, pois teriam sido prostitutas na época da invasão japonesa (provavelmente foram obrigadas a se prostituírem, coisa comum durante as invasões japonesas na região).

Ela consegue engravidar, mas a criança nasce morta e Corazon enlouquece: esbraveja contra Deus e num acesso de insanidade, come a criança morta.

Completamente fora de si, ela veste uma pele de javali e começa a matar as crianças da vila.

Filme que retrata o surgimento da lenda de Aswang, um ser mítico que se alimenta de crianças ainda no útero das mães.

OS MORTOS

(THE DEAD)
Inglaterra - 2010
Dir.: Howard J. Ford / Jonathan Ford

Epidemia de zumbis ataca em algum lugar miserável da África, e obriga um engenheiro - que sobreviveu à queda de um avião durante a fuga - e um soldado desertor em busca do filho a se unirem na tentativa de chegar à algum lugar seguro.

É original por lançar a praga em uma região perigosa por si só: fica claro que há um conflito; não há comida nem água; e o povo mora em casas de barro, o que não ajuda na defesa da epidemia.

Só é um tanto lento, assim como os zumbis que aqui seguem a cartilha George Romero - lentos e abatidos com tiros na cabeça.

EXCISION

(EXCISION)
EUA - 2012
Dir.: Richard Bates Jr.

Garota meio perturbada e que sonha em ser médica, tem que lidar com suas colegas de escolas (aquelas tradicionais barbies e líderes de torcida que vemos aos milhares em filmes americanos) e com a mãe dominadora, além de um pai omisso e uma irmã que sofre de uma doença nos pulmões.

Filme meio doido, com direito a cenas às vezes perturbadoras, às vezes meio surreais - em uma delas uma mulher enfia a mão na vagina e retira um feto, que é colocado em um forno.

A mãe é a ex-musa pornô adolescente Traci Lords, John Waters interpreta um padre (é sério) e Malcolm McDowell um professor, sendo esses papéis pequenas participações.

O INVISÍVEL

(DEN OSYNLIGE)
Suécia - 2002
Dir.: Joel Bergvall / Simon Sandquist

Garoto é espancado por uma gangue e tem o corpo abandonado em um bosque. Sem saber que está morto, ele segue sua rotina até descobrir a verdade, ao ser ignorado pelos colegas de escola. Ele agora tem que encontrar uma maneira de alertar a polícia sobre aonde seu corpo foi deixado e tentar seguir seu caminho, seja nesta vida ou em outra.

Produção sueca que ganhou uma refilmagem nos EUA, e é um filme apenas simpático, nada mais que isso.

RETORNADOS

(THE RETURNED)
Canadá / Espanha - 2013
Dir.: Manuel Carballo

Interessante filme sobre zumbis.

Uma epidemia traz os mortos a vida e blábláblá.

A diferença é que depois do primeiro ataque do vírus é desenvolvida uma espécie de vacina, que impede a "transformação", se aplicada logo após a mordida.

Quando ocorre um novo ataque da doença, a humanidade já está preparada e as pessoas recebem o remédio, que deve ser aplicado diariamente, e assim, poderem levar uma vida normal, como se tivessem algum tipo de doença contagiosa.

O problema é: o antídoto é produzido a partir dos "retornados", como são chamados, e na medida que a doença se encontra sob controle, ninguém é mais afetado e o remédio começa a escassear.

Aí a sociedade se divide: parte defende o extermínio dos "retornados", parte sua confinação em um espécie de campo de concentração.

Quando o risco de retorno da epidemia se mostra cada vez maior, as pessoas partem para o desespero: enquanto grupos partem para o extermínio de mortos vivos, os parentes desses se jogam de corpo e alma na busca pelas poucas amostras existentes do remédio capaz de mantê-los sob controle - sem o remédio, agem como já vimos em "Extermínio", "Madrugada Dos Mortos", "Mangue Negro", etc...

Como o foco é outro, não se vêem quase tripas, nem pessoas fugindo ou trancadas enquanto zumbis as aterrorizam, mas uma discussão até legal sobre preconceito e dedicação incondicional a quem se ama.

REFÉNS DO MAL

(WHISPER)
EUA / Canadá - 2007
Dir.: Stewart Hendler

Sequestraram Damien!

Sem grana para montar um restaurante, Max (Josh Holloway, de "Lost") e a namorada se juntam à dois bandidos para sequestrar uma criança e depois repartir o resgate.

Só que a criança sequestrada, de 8 anos, tem poderes sobrenaturais e vai infernizar a vida dos 4 (um deles é Michael Rooker, de "The Walking Dead"), jogando uns contra os outros e causando suas mortes.

A impressão é justamente essa: que sequestraram o famigerado personagem do famoso livro. São muitas coincidências: ele mata a babá e o pai (no livro ele causa a morte da primeira e a da mãe) e ainda tem uma matilha de lobos a seu comando.

Não é ruim, só parece faltar alguma coisa, talvez mais tensão por parte da direção. Mas vale pra passar o tempo.

O diretor é responsável por "Halo 4".

COME OUT AND PLAY

(COME OUT AND PLAY)
México - 2012
Dir.: Makinov

Refilmagem de um clássico do cinema de horror espanhol: "Quién Puede Matar a Un Niño?"

O diretor de nome esquisito (deve ser um pseudônimo, ou uma tentativa de aparecer) fez um filme menos que razoável, pois parece faltar certa dramaticidade: casal americano aluga um barco para ir à uma pequena vila em uma ilha. Ao chegar não encontram quaisquer adultos, apenas crianças que não parecem muito receptivas.

Não demora e eles descobrem que as crianças simplesmente aniquilaram os adultos com requintes de crueldade.

Talvez para não expor as crianças à cenas violentas, Makinov faz alguns malabarismos de câmera, o que diminui muito o choque da coisa, porque parte da violência fica implícita  ou escondida atrás de closes em rostos infantis, algumas vezes sem expressividade.

De certa forma, pode-se dizer que não é a primeira vez que a produção espanhola é refilmada, pois o inglês "The Children", tem trama semelhante, e parece um remake maldisfarçado.

URBEX

(URBAN EXPLORER)
Alemanha - 2011
Dir.: Andy Fetscher

Grupo de turistas em Berlim descola um programa diferente: explorar os subterrâneos da cidade, o que inclui o passeio a um bunker, da época do nazismo.

Eles descem por uma passagem no porão de uma boate (é sério...). Além disso, alguns lugares estão trancados e eles precisam quebrar vidros e até derrubar uma parede! Mas como? O guia não conhecia o trajeto? Antes disso, eles já haviam topado com 2 neonazistas, seu cachorro mal encarado e uma ameça de estupro. Enfim, qualquer um teria desistido...

Como nos filmes do subgênero "gente perdida tentando sobreviver num lugar hostil" é claro que o guia vai se machucar e não poderá levá-los de volta; então eles decidem que duas meninas vão voltar e buscar ajuda, enquanto o casalzinho-herói da trama vai ficar com o acidentado.

Claro que eles não estão sozinhos lá embaixo e acabam encontrando um velho sujinho que se propõe a ajudá-los, começando, então, o porn torture.

A estrutura é igual ao de milhões de filmes do tipo - muitos se passam em florestas, esse aqui em ambiente urbano - e nem é o primeiro a usar túneis de metrô como cenário. Prefira (mil vezes) "Plataforma Do Medo", aquele com Franka Potente, e fuja de "Catacumbas", outra bomba pior que esse aqui.

NIHON BUNDAN: HERU DORAIBÂ

(NIHON BUNDAN: HERU DORAIBÂ)
Japão - 2010
Dir.: Yoshihiro Nishimura

Provavelmente um dos mais loucos filmes sobre zumbis já feito.

Meteoro cai na Terra e as cinzas se espalham, infectando o norte do Japão e transformando a população em zumbis. Como solução, o governo constrói um muro dividindo o país, e os sobreviventes fogem para Tóquio, que fica superpovoada, com até 3 famílias dividindo a mesma casa.

Falando assim, parece "normal", mas: os zumbis tem uma espécie de chifre, que é extraído para ser usado como droga e ainda é explosivo; tudo é exagerado, com sangue espirrando aos borbotões; zumbis usam serras elétricas; o meteoro cai em uma mulher, que fica com um buraco no peito: ela simplesmente arranca o coração de outra e enfia em seu peito; tem escatologia, com direito a baratas fritas.

E tem mais: um bar frequentado pelos mortos vivos, com direito a música e dança; uma zumbi que parece a deusa Shiva; a heroína usa uma espécie de espada-serra-elétrica; um carro e um avião zumbis, feitos dos corpos (!!); uma morta viva que usa um bebê zumbi como arma, girando-o pelo cordão umbilical;  além de inúmeras cenas indescritíveis de tão absurdas e sem sentido que são.

O diretor é responsável pelos efeitos de "Ekusute" e "Tokyo Gore Police", por exemplo, além de ter dirigido o último episódio de "The ABC's Of Death", aquele aonde uma mulher lança legumes pela vagina, em uma luta contra outra que usa um pênis imenso.

As apresentações do governo sobre a infecção são impagáveis: uma mulher usando roupas eróticas e depois um desenho de um bonequinho, preso na ponta de um espeto de madeira. A coisa segue com um ataque, na verdade uma chuva, de cabeças zumbis, enviadas por uma espécie de rainha zumbi.

O ritmo é obviamente acelerado, embora algumas sequências se arrastem mais do que deveriam. Pra quem curte o filmes totalmente insanos, esse é ótima pedida.

O SANTUÁRIO

(THE SHRINE)
Canadá - 2010
Dir.: Jon Knautz

Carmen, jornalista, é designada para uma matéria que considera sem importância, quando ela queria investigar o desaparecimento de um jovem em um passeio pelo interior da Polônia.

Determinada, ela procura a mãe do desaparecido, lê seu diário e parte, junto do namorado fotógrafo e de uma colega de trabalho, para a Polônia.

Ao chegar à pequena aldeia aonde o sujeito desapareceu eles não são bem recebidos, são ameaçados e expulsos ao tentarem se aproximar de uma misteriosa névoa que parece fixa em um determinado lugar, citada pelo cara em seu diário.

Obviamente eles vão voltar, e as mulheres entram na névoa, encontrando uma estátua sinistra no local. Depois disso são presos e vão descobrir que segredo os moradores do lugar escondem.

Viajantes passando perrengue em terra estrangeira não são novidade nos filmes de terror, e o filme não tem nada de inovador.

A produção é legal, o ritmo é bom e termina por ser bom passatempo.

VANISHING WAVES

(VANISHING WAVES)
Lituânia \ França \ Bégica - 2012
Dir.: Kristina Buožytė

Lukas participa de um projeto que visa conectar sua mente à de uma paciente em coma. Logo na primeira conexão ele trava contato com Aurora, a moça em coma, e ele desenvolve uma misto de obsessão e paixão por ela pois em todos os contatos subsequentes os 2 acabam transando.

Assim, a vida virtual com Aurora se torna mais interessante que a real e Lukas começa a descobrir sobre o passado da comatosa, que teria tentado o suicídio.

Filme vindo de um país sem tradição no ramo sci-fi, é curioso, embora pareça faltar assunto para 120 minutos de duração. Tem pelo menos uma cena maneiríssima aonde, em uma orgia, os corpos se fundem formando uma bizarra escultura surreal viva.

EXPRESSO DO AMANHÃ

(SNOWPIERCER)
Coréia / EUA / República Tcheca / França - 2013
Dir.: Joon-ho Bong

Quando um experimento para acabar com o aquecimento global dá errado, a Terra entra em uma nova era glacial e os poucos sobreviventes são reunidos em um lugar inusitado: um trem gigantesco, fruto da obsessão de um milionário megalomaníaco, e que leva um ano para cruzar o planeta, percorrendo 438.000 km, em meio ao gelo e cidades abandonadas.

A estrutura social lembra muito a de alguns países do antigo terceiro mundo: miséria e abandono total na cauda, e luxo, fartura e conforto na parte da frente (uma horizontalização simplória da pirâmide social)

Cansados da condição miserável em que vivem, os da parte de trás, liderados por Curtis (Chris Evans) e Gilliam (John Hurt) bolam um plano para tomar o controle do trem e subverter a ordem vigente.

Trama absurda (típica dos filmes apocalípticos da década de 80), em um filme B superproduzido e dirigido pelo diretor de "The Host", em seu primeiro filme em inglês, baseado em uma graphic novel francesa.

O trem é um show de cenografia: tem a parte miserável, um vagão-aquário, outros são um jardim, parque aquático, danceteria, salas de aula, etc.

O elenco é estelar: Evans, Hurt, a musa Tilda Swinton em um papel que lembra muito Jonny Depp em "A Fantástica Fabrica de Chocolates", Jamie Bell e Ed Harris.

É tudo muito ágil, com algumas cenas de luta com clara influência do cinema oriental, muita pompa, violência, mas que não chega a lugar nenhum. Se se levasse menos a sério, abandonasse a explicação idiota sobre a revolta na parte final, e se assumisse como filme B, talvez fosse mais divertido.

CONTRACTED

(CONTRACTED)
EUA - 2013
Dir.: Eric England

Samantha, que é lésbica, dá umazinha com um cara em uma noite, depois de uma bebedeira e de levar um fora da ex, pra quem sonha voltar.

No dia seguinte ela começa a demonstrar sinais de ter contraído alguma doença, como marcas na pele e hemorragia, que ela pensa ser a menstruação.

A coisa evolui, com uma espécie de de conjuntivite e depois queda de dentes e unhas. Em meio ao desespero sobre o mistério de sua doença, Samantha ainda tem que lidar com a mãe que acredita que ela voltou para as drogas e as tentativas de retorno com a ex, além do assédio de um amigo.

Até que se descobre que ela está se tornando uma figurinha carimbada dos filmes de terror.

Horror barato, rodado em clima de pesadelo, que é mais um na recente safra de filmes baratos e independentes do cinema americano. Assim como "Absentia", "Kiss Of The Damned", "Jugg Face", "Shadow People" entre outros, esse aqui se baseia mais no enredo do que em efeitos espetaculosos que apenas tiram o foco da história.

O ATAÚDE DO MORTO VIVO

(THE OBLONG BOX)
Inglaterra - 1969
Dir.: Gordon Hessler

Vincent Price interpreta Julian, que voltou da África e mantém o irmão, Edward, trancado em um quarto, pois este contraiu alguma doença misteriosa (que seria fruto de magia negra) que lhe deformou o rosto e causa crises de loucura.

Só que Edward não está disposto a permanecer trancado pelo resto da vida, e arma um plano para ser dado como morto, enterrado e depois resgatado.

Só que o plano dá errado, e ele vai parar no laboratório do Dr Newhart (Christopher Lee), que compra cadáveres roubados para pesquisas sobre o corpo humano.

Livre, Edward planeja se vingar de quem teria lhe traído.

Lee e Price só dividem uma cena, e o personagem principal acaba sendo mesmo o Edward, de Alister Williamson, que mesmo só mostrando a cara deformada no fim rouba as cenas em que surge, com seu jeito fleumático e empostado de falar.

O INIMIGO

(NEPRIJATELJ)
Sérvia / Bósnia / Croácia / Hungria - 2011
Dir.: Dejan Zecevic

Uma semana depois do fim da guerra da Bósnia, um pelotão está encarregado de desarmar as minas do campo de batalha quando encontram um homem preso em um porão.

O soldados conseguem prender os responsáveis pelo emparedamento do sujeito, que afirmam ser este Satã em pessoa e que não poderia ser morto, sob o risco de a humanidade desaparecer.

Logo fatos estranhos começam a ocorrer, com os soldados tomando atitudes insensatas e se matando uns aos outros.

Drama de horror, com trama que lembra o colombiano "El Páramo" em alguns pontos, como a descoberta de alguém preso, o isolamento dos soldados e a paranóia instalada entre esses.

É interessante, mas não justifica a nota de 7.3 do IMDB. Talvez no máximo um 6, com direito a destaque para a cena das ovelhas.

MODUS ANOMALI

(MODUS ANOMALI)
Indonésia - 2012
Dir.: Joko Anwar

Homem acorda enterrado e desmemoriado no meio de uma floresta.Sem lembrar ou sem receber qualquer informação de porque está ali, ele descobre, através de uma foto, que tem mulher e filhos e que deveria salvá-los de quem o enterrou e largou sua família na floresta.

Filme esquisito que só se explica no final.

É violento, mas está longe de ser um porn torture. Fosse um média metragem, talvez fosse mais eficiente e objetivo.

CHELOVEK-AMFIBIYA

(CHELOVEK-AMPFBIYA)
URSS - 1962
Dir.: Vladimir Chebotaryov / Gennadi Kazansky

Em algum país da América Central - com cara de México, já que as pessoas usam sombreros - os moradores começam a se assustar com a aparição de um ser misterioso, que eles apelidam de Diabo do Mar.

Na verdade, a tal criatura é o filho de um cientista que se dedica a ajudar a população local e que, graças a uma operação do pai ganhou a capacidade de respirar em baixo da água.

Ele se apaixona por Gutiere, prometida em casamento à Pedro, que vê na captura da suposta criatura a possibilidade de enriquecer.

Considerado o mais famoso filme de aventura e sci-fi da então URSS, é baseado em um livro popular no país.

Tem bem a cara da época, com direito a visual meio delirante do protagonista.

É engraçado ver uma população de visual latino falando em russo (tem até uma sequência de dança latina cantada na língua de Stálin). Destaque para a ensolarada fotografia do filme.

NIGHT DRIVE

(NIGHT DRIVE)
África do Sul - 2010
Dir.: Justin Head

Grupo de turistas embarca em uma excursão noturna à uma reserva particular na África do Sul, lotada de hienas e aonde um grupo liderado por uma espécie de guia espiritual, chamado Homem-Hiena, caça animais, trafica e mata seres humanos em busca de proteção espiritual.

O grupo é clichê no gênero: um casal em crise; outro de velhinhos; um de namorados; e pai e filho - o primeiro anda na cola dos caçadores, o outro foi expulso da polícia por matar um inocente (ganha um voodoo quem acertar se essa cena se repete ou não na vida do cara, durante o filme).

Muita tripa, sangue, violência, diálogos bobos, aquelas situações de desentendimento que acontecem com o grupo nesse tipo de filme, e mais um monte de coisas já vistas antes.

Um passatempo esquecível.

KISS OF THE DAMNED

(KISS OF THE DAMNED)
EUA - 2012
Dir.: Xan Cassavetes

Filme simpático, que se mostra mais um drama do que terror.

Escritor, Paolo, (o galã de segunda, Milo Ventimiglia) conhece Djuna e os dois se apaixonam a primeira vista.

Ela recusa o amor dele e explica ter uma doença que a impede de se expor ao sol - deu pra sacar qual é, né? Mas a paixão fala mais alto, e Djuna abre o jogo e transforma Paolo em vampiro.

Ele então é apresentado ao mundo dela: vampiros que formam uma sociedade secreta, se alimentando de sangue de animais e protegendo uns aos outros.

Tudo vai bem, até a irmã dela, uma vampira desajustada, entrar em cena e balançar o coreto do casal.

Tem elementos de "True Blood" - até sangue artificial entra em cena, de "Entrevista Com o Vampiro", além de ter um que de "A Fome De Viver", principalmente na tentativa de ser elegante.

Esse é um ponto forte do filme: a diretora nunca resvala para o terror puro ou explícito e sua câmera está sempre bem posicionada, com bons movimentos e enquadramentos. Esse também acaba sendo o ponto fraco, porque demonstra mais preocupação com acabamento do que com o enredo, uma reciclagem de idéias já vistas.

Mas é legal, tem boas atuações e fica a torcida pela diretora, que parece ter futuro.

Merecem destaques também o belo poster e a atriz francesa Anna Mouglalis, que interpreta a atriz-vampira Xenia e rouba as cenas em que aparece.

NAS PROFUNDEZAS DAS BERMUDAS

(THE BERMUDA DEPTHS)
EUA - 1978 (TV)
Dir.: Tsugunobu Kotani

Magnus volta ao Caribe, na região das Bermudas, de onde saiu depois de perder o pai quando criança - a mãe havia morrido ainda antes, e reencontra um antigo amigo do pai, Eric (Carl Weathers, da série "Rocky") que trabalha com um cientista que estuda o gigantismo em seres marinhos.

A morte do pai de Magnus é cercada de mistério, pois ele teria sido atacado com algum ser marinho e seu corpo nunca encontrado. Além disso, Magnus ainda reencontra Jennie Haniver, sua amiga de infância, mas é alertado de que ela não existiria, e seria na verdade uma lenda, sobre uma moça que se perdeu no mar.

Horror feito para a TV sobre o mistério das Bermudas, que aqui toma a forma de uma tartaruga gigantesca, além de focar em forças demoníacas, não necessariamente associadas a região, mas sim ao desespero de alguém frente a morte.

OS SÓIS DA ILHA DE PÁSCOA

(LE SOLEILS DE LA ISLE DE L'ILE DE PÂQUES)
França / Brasil / Chile - 1972
Dir.: Pierre Kast

Em diferentes lugares o mundo, 6 pessoas sofrem alucinações aonde veem uma sequência de imagens desconexas e sem sentido, entre elas os moais da Ilha de Páscoa e, ao acordar, possuem na mão uma marca estranha.

Entre essas pessoas estão Norma (Norma Bengell) que descobre que as estátuas de Aleijadinho em Congonhas do Campo indicam a posição das estrelas na Ilha de Páscoa(!!) a cada 150 anos e Irênio (Zózimo Bulbul) um Pai de Santo no Rio de Janeiro.

Os 6 decidem então viajar para a Ilha de Rapa Nui para descobrir o porque das visões, só vindo a se conhecer em Valparaíso, quando descobrem o que tem em comum.

Na ilha eles vão descobrir que foram escolhidos para ter contato com ET's.

Pode ser descrito como o samba do místico doido pois mistura ET's, moais, macumba, Aleijadinho, Geomancia e telepatia. Sabe-se lá o que o roteirista tinha cabeça.

O filme tem cenas rodadas na Polinésia, Congonhas, Valparaíso e Deserto do Atacama, além da Ilha de Páscoa.

No elenco, participações de Ruy Guerra e Cacá Diegues

SAIREN

(SAIREN)
Japão - 2006
Dir.: Yukihiko Tsutsumi

Homem se muda para uma ilha (que teria sido um cemitério de americanos durante a guerra), acompanhado de sua filha adolescente e do filho pequeno. A idéia é trabalhar lá e cuidar da saúde do menino, cuja doença não fica clara.

Ao chegar, eles são avisados: quando uma sirene tocar, ninguém deve sair de casa - não é explicado, mas o lugar é tomado por criaturas misteriosas e famintas.

Azuma, o pai, não leva fé na lenda, sai na hora da sirene, e desaparece; reaparecendo aparentemente morto; desaparecendo novamente e depois reaparecendo com um comportamento estranho.

Quando Yuki, a filha, descobre que há algo maligno na ilha é tarde: o pai já foi cooptado pelas forças do mal e agora ela tem que defender o irmão do pai e dos seres que se escondem durante à noite na ilha.

Esse aqui parece seguir a cartilha do filme de terror japa: fotografia padrão e direção impessoal (parece que todo filme vindo de lá é dirigido e fotografado pelas mesmas pessoas, mesmo os de Hideo Nakata, Tsukamoto, Shimizu, etc), núcleos familiares, algum tipo de enigma ancestral e pouca explicação. Justiça seja feita: esse aqui não tem a famosa menina do cabelo negro e liso e olho arregalado.

Mas é um filme interessante, baseado em um video game, com direito a final "nada é o que parece".

THE ROAD

(THE ROAD)
Filipinas - 2011
Dir.: Yam Laranas

Duas garotas e um garoto pegam às escondidas o carro dos pais de uma das meninas para ensinar à outra a dirigir. Eles seguem para uma estrada deserta e logo são surpreendidos por um carro misterioso, que parece não ter motorista., além de algumas figuras sinistras que aparecem e desaparecem.

Paralelamente, o filme conta uma história do passado, sobre duas irmãs que desapareceram no mesmo lugar, e nunca foram encontradas.

Meio corriqueiro, fala de serial killer e fantasmas que não encontram sossego. Ou seja, mais do mesmo, com a curiosidade de uma língua diferente.

ATÉ O VENTO TEM MEDO

(HASTA EL VIENTO TIENE MEDO)
México - 1968
Dir.: Carlos Enrique Taboada

Claudia estuda em um colégio interno e frequentemente sonha com uma garota enforcada, além de ouvir alguém lhe chamar.

Junto com suas colegas, elas invadem uma torre cujo acesso é proibido, e como castigo o grupo é proibido de deixar a escola nas férias.

Elas então descobrem que outra aluna havia se suicidado na tal torre e que seu fantasma ainda pode estar preso ao lugar, esperando uma oportunidade de se vingar da rígida diretora local.

Mas um terror mexicano da década de 60, dirigido pelo especialista no gênero e que se garante por seu bom clima de medo. Lembra um pouco os filmes da Hammer, com um toque do cinema de terror italiano produzido no período.

Ganhou uma refilmagem em 2007, mas de baixa cotação nos sites especializados.

VITTRA

(VITTRA)
Suécia - 2012
Dir.: Sonny Laguna / Tommy Wiklund

6 amigos viajam para uma casa de campo e logo vão descobrir que o lugar é a morada de um espírito maligno de alguém que viveu ali, e considera a terra como sua e qualquer pessoa como um invasor.

A coisa então captura a alma dos visitantes indesejados e domina seus corpos provocando uma matança cheia de gore.

Tem alguma coisa de "Evil Dead", pois tudo começa com uma visita a um porão e outro tanto de "Cabin Fever". Ao que parece, é baseado em alguma lenda do folclore escandinávio, referente à seres que vivem nas florestas do norte da região.

Enfim, um filme interessante, com aquele fiapo de história dos filmes do tipo e muito gore.

É mais conhecido como "Wither", mas o nome que aparece nos créditos é "Cabin Of The Dead", talvez numa clara tentativa de fazer referência aos 2 filmes citados.