sábado, 29 de maio de 2010

RÉQUIEM

(REQUIEM)
Alemanha - 2006
Dir.: Hans-Christian Schmid


Michaela (Sandra Hüller) tem um histórico de problemas psiquiátricos e aos 21 anos resolve entrar para a faculdade, o que inclui sair de casa, mesmo contra a vontade da mãe, católica fervorosa, que não acredita que ela seja capaz de se cuidar sozinha.
As coisas começam bem; ela emagrece, faz amizade, arruma um namorado e se dedica com afinco aos estudos, afim de recuperar o tempo perdido.
Logo as crises começam a voltar, na forma de visões, vozes vindas do nada, desmaios e a incapacidade de rezar ou tocar em objetos católicos, como o rosário que a mãe lhe dera.
Como já tinha ido a inúmeros médicos, e o máximo que conseguiu foram remédios capazes de controlar temporariamente suas crises, ela começa a acreditar que seus problemas são espirituais, e associa seu martírio aos de Santa Catarina.
O novo padre da paróquia local acredita em sua história, e se inicia um longo processo de exorcismo que leva a morte de Michaela.
Baseado na história de Anneliese Michel, que também inspirou "O Exorcismo de Emily Rose", nem de longe lembra o mais famoso filme de exorcista da história do cinema. A "possuída" daqui não baba ou se contorce horrivelmente. Não se ouve ou vê o que ela vê, o que causa certa angústia em saber se ela realmente está com o cão ou apenas tem problemas psicológicos.
O filme centra foco no drama de Michaela, moça histérica reprimida pelo fervor religioso da família e amparada por um padre que acreditava no que a moça relatava, o que a leva a um triste fim.
É um tanto lento, e demora um bom tempo apresentando seus personagens. É bem cotado no IMDB, se é que isso vale de alguma coisa.
Boa atuação de Sandra Hüller.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

CALAFRIOS

(SHIVERS)
Canadá - 1975
Dir.: David Cronenberg


Zumbis tarados.
Cientista cria um parasita com o objetivo de potencializar o desejo sexual humano, e transformar o mundo em uma imensa orgia.
Para isso ele usa como cobaia sua namorada de 19 anos que, muito dada, logo espalha o nojento parasita pelos homens, e esses para suas mulheres, namoradas, etc, do fechado condomínio de luxo aonde todos moram.
A coisa se propaga na forma de uma doença venérea, causando em todos, independente de sexo ou idade, um furor sexual incontrolável.
Parece trash, e nas mãos de qualquer diretor um roteiro sobre (quase) zumbis com fogo no rabo provavelmente viraria uma comédia involuntária.
Cronenberg fez um filme sério, impossível de ser dissociado dos filmes de mortos vivos que já pululavam pelas telas da época - "A Noite Dos Mortos Vivos" é de 68; "O Exército Do Extermínio" de 73; além de outros que viriam depois.
A fome de carne humana aqui tem outro significado, mas em nenhum momento o filme descamba para a baixaria ou apelação desnecessária.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

KAIRO

(KAIRO)
Japão - 2001
Dir.: Kyioshi Kurosawa


Michi dá pela falta de um amigo, Taguchi, e ao procurá-lo descobre que ele se matara. Ela encontra entre as coisas do falecido um disquete, através do qual outro amigo descobre que dá acesso a um site estranho, aonde câmeras exibem pessoas apáticas que parecem encarar aqueles que acessaram o site, além de uma enigmática mensagem: "você quer conhecer um fantasma?"
Logo outras pessoas começam a ter o mesmo destino, ou simplesmente desaparecem (literalmente) no ar, e as cidades começam a ficar desertas. A explicação: a dimensão aonde os fantasmas vivem estaria com lotação esgotada, e de alguma forma a tecnologia humana permitiu que eles passassem para este mundo.
Foi refilmado nos EUA, como "Pulse", aonde foi diluído para gostos americanos, deixando de lado toda a parte sobre a solidão (de vivos e mortos), se transformando numa reles história de fantamas.
Como todo terror japa tem roteiro confuso e é lento no desenvolvimento, e Kurosawa não é tão palatável como Hideo Nakata, vide "Kyua".
Faltam explicações sobre o que seria o tal quarto fechado com fita vermelha, e o porquê da fita, por exemplo. Mas sobra um clima sombrio; uma certa angústia; uma crítica nem tão sutil a indiferença da sociedade japonesa, e um ótimo final de tom desolador, e ao mesmo tempo quase otimista na descoberta da amizade.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

ENRAIVECIDA NA FÚRIA DO SEXO

(RABID)
Canadá - 1977
Dir.: David Cronenberg


Rose sofre um acidente de moto com o namorado e, muito ferida, é levada às pressas para a clínica de cirurgia plástica de um tal Doutor Keloid (deve ser alguma ironia um cirurgião plástico com esse nome), que numa tentativa de salvá-la submete a moça a uma cirurgia experimental, aonde são realizados enxertos de pele no interior de seu corpo.
A cirurgia é aparentemente bem sucedida, até Rose acordar subitamente do coma e atacar o primeiro homem que lhe passa na frente, se alimentando de seu sangue. Depois de fazer mais uns lanchinhos na clínica ela foge, e passa a atacar quem lhe cruzar o caminho.
O problema é que os atacados contraem uma espécie de raiva, e saem atacando e contaminando toda a população, levando pânico a cidade de Montreal.
Terror sobre cientista louco, aqui involuntariamente, que nas mãos de qualquer outro descambaria pro rídiculo, mas que as mãos de Cronenberg fazem um filme adulto e de final um tanto incomum.
Absurdo é o nome ridículo que deram pra um filme em que o sexo nada tem a ver com a história.

MANGUE NEGRO

(MANGUE NEGRO)
Brasil - 2009
Dir.: Rodrigo Aragão


Moradores de um mangue descobrem que as lendas sobre o lugar ser assombrado são verdadeiras da pior maneira possível: quando os mortos começam a se levantar e atacar os vivos. Paralelamente a isso tem a tentativa de Luiz de se manter vivo, assim como sua amada Raquel, a quem tenta a todo custo se declarar.
Terror tupiniquim dirigido, roteirizado e com maquiagem e efeitos a cargo de Aragão, que ainda faz ponta como zumbi.
Tem seus méritos, como a boa técnica do diretor que faz um apanhado de tudo que o gênero 'morto-vivo' já mostrou; de "Noite dos Mortos Vivos" a "Madrugada dos Mortos", passando por "Fome Animal" e "A volta dos Mortos Vivos".
Também não tem piadinhas desnecessárias; só uma bem non sense, quando a mocinha fugindo da zumbizada reclama da sujeira do banheiro aonde se esconde
É interessante ver um filme de terror com ótima trilha sonora com ritmos 100% nacionais, a cargo da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo. O diretor também foge da fórmula fácil de adolescentes do tipo 'Malhação' correndo dos zumbis (a galera aqui é bem feinha).
De negativo as filmagens 'à noite', visivelmente feitas de dia, e o uso de atores interpretando velhos (as 'velhas' são interpretadas por homens), pois a maquiagem fica muito forçada; além da duração: 104 min.
É um filme exagerado, com gore a rodo, inclusive uma cabeça cortada a machadadas em on screen.
Vale pela intenção e um provável esforço pessoal do diretor, roteirista, maquiador...

terça-feira, 18 de maio de 2010

VIDEODROME - A SÍDROME DO VÍDEO

(VIDEODROME)
Canadá - 1983
Dir.: David Cronenberg


Máquina de fazer doido.
Max Renn (James Woods, ótimo como de hábito) é sócio de uma pequena emissora de TV a cabo especializada em sexo e violência, sempre em busca de novos programas para incrementar sua programação. Até o dia em que um empregado capta via satélite um sinal pirata de TV transmitindo um programa chamado Videodrome - basicamente uma sequência de torturas - que fascina Renn e o faz descobrir que aquilo é o que ele quer apresentar em rede nacional.
Ele aciona Masha, agenciadora de vídeos independentes, para que ela localize a produtora do tal programa, já sabido por eles ser em algum lugar dos EUA. Esta o alerta que o Videodrome é mais do que um programa de televisão, e Renn acaba descobrindo da pior forma que aquilo é algo capaz de dominá-lo como se fosse uma espécie de vício, gerando um tumor cerebral capaz de provocar alucinações e fuga da realidade.
Parece que Cronenberg previu BBB e outros programas do gênero anos atrás...
Aqui a TV é uma máquina de dominação e de fazer doidos mesmo. O tal programa é quase um organismo vivo, capaz de provocar dominação e alterações físicas em seus espectadores (dependentes?)
Cronenberg não evita cenas nojentas (numa era pré-CGI), e apresenta uma ótima aonde um homem se desfaz em cena.
Provavelmente um dos melhores filmes do diretor canadense, e uma das obras mais provocadoras e inquietantes do cinema.
Com Deborah "Debbie" Harry, da banda Blondie, interpretando uma sadomasoquista que se entrega com prazer às torturas do programa, numa cena bizarra aonde a TV parece ser punida pelo lixo que despeja em nossas casas.
Imperdível.

domingo, 16 de maio de 2010

SUBSPECIES - A GERAÇÃO VAMP

(SUBSPECIES)
EUA - 1991
Dir.: Ted Nicolaou


Na Transilvânia o feioso e renegado vampiro Radu (visivelmente inpirado no Nosferatu de Murnau) mata o próprio pai, interpretado pelo mítico Angus Scrimm - o Tall Man de "Phantasm", usando uma peruca ridícula.
O objetivo dele é se apoderar de uma tal Pedra de Sangue, capaz de nutrir e dar força ao vampiro que a possuir.
Paralelamente, chegam a Transilvânia 3 estudantes americanas, além de Stefan, meio irmão do vampiro, que assim como o pai vive em paz com o resto da humanidade, mas se torna alvo do irmão por ser o único capaz de detê-lo.
Produção B de Charles Band, dirigida por Nicolaou e rodada na Romênia, o que dá certo charme a coisa.
É divertido e teve três continuações, mas infelizmente foi meio esquecido pelo tempo.

MUTILADOS

(SEVERANCE)
Inglaterra / Alemanha - 2006
Dir.: Christopher Smith


Empregados de uma indústria de armas partem para um fim de semana no Leste Europeu, para um desses programas moderninhos aonde funcionários de empresa passam períodos juntos como forma de interagir.
Durante a viagem o motorista do ônibus os abandona e eles são forçados a seguir em frente até a casa de campo aonde deveriam ficar, acabando isolados em um local aonde, segundo uma lenda, prisioneiros de guerra foram mortos pelos nazistas com armas compradas da empresa aonde o grupo trabalha.
Logo eles percebem que não estão sozinhos e começam a ser caçados com requinte de crueldade por um sádico caçador.

Mistura de humor negro e violência vindo da terra de Beth, a exemplo de "Evil Aliens" e "Doghouse", é menos ruim que o primeiro e inferior ao segundo. Tem umas cenas que causam certa agonia, mas é difícil conseguir rir do que se vê na tela. Uma bobagem despretensiosa, na verdade.
No elenco Toby Stephens, vilão em "007 - Um Novo Dia Para Morrer" e Danny Dyer, interpretando um personagem quase tão idiota quento em "Doghouse".


sábado, 15 de maio de 2010

CHAMAS DA MORTE

(THE BURNING)
EUA - 1981
Dir.: Tony Maylam


Adolescentes tentam dar um susto em um empregado de um acampamento de férias, mas a coisa sai de controle e o coitado acaba horrivelmente queimado.
Ele se recupera, e tempos depois volta ao lugar munido de uma daquelas tesouras de jardinagem para passar o rodo nos adolescentes sedentos de sexo que passam férias no local.
Slasher com maquiagem de Tom Savini, foi lançado num ano pródigo em matanças de adolescentes: as continuações de "Sexta-Feira 13" e "Haloween", "Dia dos Namorados Macabro", "Quem Matou Rosemary", entre outros.
A história é muito parecida com tudo do gênero, e vale pela maquiagem e a brutal sequência dentro de uma jangada.
O diretor depois viria a dirigir o filme oficial da Copa do Mundo de 86, além de se especializar no produção de documentários sobre carros.
Jason Alexander, de "Seinfeld", e Holly Hunter, de "O Piano", marcam presença entre o jovem elenco.
O SBT exibia esse aqui como "A Vingança de Cropsy".

ABISMO DO MEDO 2

(THE DESCENT: PART 2)
Inglaterra - 2009
Dir.: Jon Harris


Continuação direta do ótimo filme de 2005.
Sarah se salva e consegue escapar das cavernas aonde havia ficado presa com mais 5 amigas à mercê de estranhas criaturas, meio humanas, meio animais.
Desmemoriada, ela é encontrada pela polícia que a leva de volta as cavernas, junto com uma equipe de exploradores, para tentar resgatar alguma outra possível sobrevivente e, óbvio, todos vão dar de cara com os seres que habitam o lugar, seguindo o mesmo roteiro do primeiro filme, com direito inclusive a um desabamento que fecha o caminho dos personagens, obrigando-os a seguir em frente.
Bom terror, ainda que a direção de Neil Marshall faça falta. Aqui as cavernas estão extremamente bem iluminadas, o que possibilita que monstros e mortes sejam vistas com todos os detalhes possíveis. O diretor faz ampla concessão ao gore e parece ter fixação com o sangue alheio no rosto de alguém: praticamente todo o elenco toma um banho de sangue quando outro personagem é morto.
Tem também um furo brabo: através de um cachorro a polícia localiza o lugar de onde aparentemente Sarah escapou das cavernas, uma capela construída em cima de uma antiga mina, sendo que a passagem está obstruída com uma placa de"perigo". Se a passagem estava obstruída, como ela passou por ali? Foi a própria Sarah quem fechou a passagem com madeira e escreveu a placa, completamente transtornada e depois subiu pelo antigo elevador da mina...?
O final também é meio esquisito, mas mesmo assim é um bom filme de sustos e tensão.

domingo, 9 de maio de 2010

ARRASTA-ME PARA O INFERNO

(DRAG ME TO HELL)
EUA - 2009
Dir.: Sam Raimi

Bancária nega prorrogação do fianciamento imobiliário de uma cigana idosa visando agradar o chefe na tentativa de uma promoção.
A mulher lhe lança uma maldição; ela começa a ouvir vozes, ver uma estranha figura, além de ser agredida por algo que não pode ver e em 3 dias irá para o quinto dos infernos, se não conseguir o perdão da dita cuja.
Ela até tenta, mas chega tarde e a velha morre antes.
Resta agora a tentativa de ajuda de um médium para se livrar da praga da defunta.
Raimi, que pulou fora da franquia do Homem-Aranha, parece tentar voltar aos seus tempos de Evil Dead, e o resultado é um filme apenas assistível, mas que qualquer um poderia ter dirigido. Tem aquelas cenas exageradas da época de Evil, e uma história legal, mas já vista antes em "A Maldição" (Thinner/1996), dirigida por Tom Holland e baseada em Stephen King, aonde um advogado atropela um cigano e é condenado a uma morte lenta e dolorosa. Até a solução para se livrar da maldição é semelhante.

FROM WITHIN

(FROM WITHIN)
EUA - 2008
Dir.: Phedon Papamichael


Lindsay vive em uma pequena e religiosa cidade do interior quando, de repente, o lugar é tomado por uma onda de suicídios.
O primeiro a se suicidar é o filho de uma suposta bruxa, também moradora da cidade que morrera de forma misteriosa, e em função disso os moradores logo associam a onda de suícidios à uma possível vingança da morta, se voltando contra o outro filho desta.
A aproximação de Lindsay e do rapaz acirra os ânimos de todos, prncipalmente de seu namorado, um fanático religioso.
Banal filme de fantasma vingativo que até poderia passar na sessão da tarde, visto ser bem econômico nas cenas de morte.
Pra ver e esquecer.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

PÂNICO NO DESERTO 2

(NO MAN'S LAND: RISE OF THE REEKER)
EUA - 2008
Dir.: Dave Payne


Déja vu.
Trio de ladrões de banco chega a um posto de gasolina perdido no meio deserto, e devido a um problema no carro acabam presos no lugar, junto de outras pessoas e de uma dupla de policiais que os identificam mas acabam se tornando reféns dos bandidos.
Todos eles passam então a ser perseguidos pela mesma criatura misteriosa do primeiro filme, de 2005.
A história, assim como no primeiro filme, é bem amarrada mas fica o gosto de algo já visto antes.
Quem viu o primeiro filme percebe claramente em que momento o destino dos personagens é selado. Quem não viu o primeiro, talvez goste da boa sacada da revelação final.
O filme começa com um prólogo aonde é explicada a origem do tal ser misterioso.