domingo, 22 de fevereiro de 2009

UZUMAKI

(UZUMAKI)
Japão - 2000
Dir.: Higuchinsky


Pequena cidade japonesa é assombrada por... espirais! Isso mesmo! Dessa vez não são moças de cabelos lisos, olhos arregalados e poucas palavras; são espirais mesmo, aquelas formas geométricas que parecem não ter fim ou começo e são associadas a hipnose.
O filme é narrado em forma de pesadelo, com uma fotografia que parece reforçar a irrealidade da coisa, e é baseado em um mangá famoso entre os apreciadores do gênero.
De ínicio, os moradores da cidade desenvolvem uma estranha obsessão pelas espirais, que incluem admiração, filmagem de caramujos, coleção de objetos, comidas com a forma de espiral e até mesmo (heresia das heresias para o cinema de terror oriental), fixação por cabelos cacheados.
Tal comportamento depois se agrava, e o que se vê são pessoas arrancando a pele dos dedos como forma de fazer desaparecerem as espirais das digitais ou perfurando o ouvido para arrancar a cóclea (que tem forma de espiral).
O filme não poupa o espectador de mortes bizarras envolvendo espirais, como um homem enrolado dentro da máquina de lavar roupa(!), outro na roda de um carro e uma morte a la O Exorcista no fim do filme.
Destaque também para os adolescente que se transformam em caramujos e a adolescente que rouba as poucas cenas em que surge com seus cabelos cada vez mais cacheados (é impossível não ser uma ironia aos Ringus e Ju-on's da vida). A cena aonde os cachos da menina tocam o teto da escola e a menina se jubila com sua popularidade já vale o filme. Além da boa idéia final, com o destino dos personagens mostrados na forma de desenhos típicos de HQ's.
Se não é o melhor filme de terror do mundo, é seguramente dos mais criativos e diferentes dos últimos tempos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

ESPÍRITOS DA FLORESTA

(LOST COLONY)
EUA/Bulgária - 2007 (TV)
Dir.: Matt Codd


Co-produção bulgáro-americana feita para a TV, que não diz a que veio. Baseia-se num fato real ocorrido no século XVI, quando uma colônia inglesa simplesmente desapareceu sem deixar vestígios.
(O filme se diz baseado em fatos reais, mas o único fato real é o desaparecimento, óbvio.)
O episódio já havia sido citado no meia-boca "Fantasmas (Phantoms)".
Um filme corriqueiro e nada mais, aonde tudo se resolve facilmente: por sorte dos colonos entre eles havia um especialista em cultura nórdica que logo vaticina: os colonos estão sendo atacados por espíritos Vikings. Com a ajuda de um índio e da mulher que tem visões, o tal especialista descobre uma forma de dar paz aos atormentados espíritos.
Pra quem não é nem um pouco exigente.
Ah, os efeitos digitais são meio toscos, e tem meia dúzia de gotas de sangue aqui e ali.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O NEVOEIRO

(THE MIST)
EUA - 2007
Dir.: Frank Darabont


Mais uma adaptação de Stephen King. Deve ser a enésima. Pelo menos esse acerta mais do que erra.
Grupo de pessoas está em um mercado quando é atacado por seres misteriosos vindos não se sabe de onde. Aí segue-se aquele velho roteiro do tipo tem-algo-lá-fora-querendo-entrar-e-nós-não-vamos-deixar. O enredo já fora visto no terror que não se levava a sério "Banquete Infernal (Feast)", e a origem dos monstros remete ao clássico oitentista "Do Além (From Beyond)".
Obviamente a tensão entre os prisioneiros cresce, surgem trocas de acusações e a formação de grupos distintos, dispostos a lidar com o problema de formas diferentes.
Os efeitos, obviamente digitais, são legais mas um tanto frios como quase todos em CGI. Pelo menos seu final cruel é diferente da média.
No mais, é apenas um filme de monstro correto sobre pessoas que tem que lutar sozinhas contra algo que elas não sabem de onde veio e nem como combater.

DIÁRIO DOS MORTOS


(DIARY OF THE DEAD)
EUA - 2007
Dir.: George Romero


Mais um filme de G. Romero sobre zumbis.
Esse segue o esquema iniciado com a Bruxa de Blair, e seguido por REC e Cloverfield (sendo que o resultado desses 2 é infinitamente melhor) da câmera em primeira pessoa.
Pra começar, Romero se utiliza de uma câmera profissional, visto o "cinegrafista" estar produzindo um filme de terror quando a epidemia de mortos-vivos tem início. Daí a coisa segue para uma ótima edição feita pela namorada do cinegrafista, pronta para as telas de cinema, que se vale ainda de uma segunda câmera e de imagens de câmeras de vigilância dos locais por onde passam os sobreviventes, que tentam chegar em suas casas. Ou seja, se a idéia era mostrar um terror em primeira pessoa, essa foi praticamente pelo ralo.
O filme gerado a partir daí parece um road movie do terror, e começa junto com a epidemia. Ou seja, se não fosse pelo lapso de tempo, começa no momento em que a primeira vítima foi atacada no cemitério (lembram?), no clássico "A Noite Dos Mortos Vivos". Mas aparentemente aqui Romero ignora sua tetralogia, que seguia em ordem sequencial de dominação do mundos pelos zumbis.
Se sempre se viu uma alguma crítica social/política nos filmes de Romero, aqui o foco parece ser a necessidade de se dar ao público o mundo cão que ele quer ver; para o cinegrafista do filme dentro do filme, filmar é muito mais importante do que sobreviver, e ele precisa a todo custo terminar seu filme. Mesmo que seus amigos sejam atacados, para ele o mais importante é filmar. E essa filmagem não poupa os espectadores de nenhum tipo de morte envolvendo cabeças: derretidas com ácido, partidas ao meio, e muitas, muitas estouradas, tudo on-screen. Um show de efeitos de gore, com destaque para a cena final, aonde se conclui que os vivos são piores que os mortos. Como disse uma personagem sobre o filme dentro do filme: é um filme sobre a crueldade.
Mas o importante é filmar, e aparentemente já há uma sequência a caminho.
Prefira os filmes da tetralogia.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ROTA DA MORTE

(DEAD END)
EUA - 2003
Dir.: Jean-Baptiste Andrea / Fabrice Canepa


Mais um terror barato que se vale de elenco e cenários reduzidos.
Família (pai, mãe, filho, filha & namorado), meio em pé de guerra, viaja por estrada deserta a noite, quando topam com uma mulher de branco com um neném no colo. A partir daí começa uma série de fatos estranhos, enquanto um a um eles vão desaparecendo (e lavam sua roupa sujíssima também).
Com um pouco de atenção, dá pra matar a charada no meio do filme. A idéia deve ser muito boa, pois foi descarada e desavergonhadamente copiada na bomba "Cádaveres 2" (The Morgue).
Obviamente não faltam atitudes idiotas existentes em todos os filmes de terror, como o personagem que vai ali, sozinho, quando já fica claro que há algo errado; ou quando os sobreviventes se separam tentando encontrar uma saída.
Mas vale o passatempo e a tentativa honesta de fazer um filme original.

ALTERED

(ALTERED)
EUA - 2006
Dir.: Eduardo Sánches


Grupo de amigos passa anos tentando, até finalmente conseguir, capturar ET responsável por sua abdução e assassinato de um de seus amigos. O problema é: o que fazer com o bicho e como lidar com os companheiros deste, que estão dispostos a resgatá-lo.
Terror visivelmente barato, feito praticamente em cenário único, com elenco desconhecido e direção a cargo do responsável pela "Bruxa de Blair".
Tem algumas cenas de gore e violência, mas não engorda nem faz crescer.
Vale como um bom passatempo.

CALVÁRIO

(CALVAIRE)
Bélgica - 2004
Dir.: Fabrice Du Welz


Drama de horror que parece uma história de Kafka dirigida por David Lynch.
O filme retrata o pesadelo vivido por Marc, um cantor cujo carro enguiça à noite em uma estrada deserta.
Surge então um maluquinho, cuja presença é determinante em todos os acontecimentos do filme, procurando por sua cachorra desaparecida. Este leva Marc até uma pousada vazia por ser baixa estação.
Marc é bem recebido pelo dono do lugar, que imediatamente começa a lhe sabotar o carro, como forma de impedi-lo de ir embora.
Lá pela tantas, este surta e passa a tratá-lo como sua ex-mulher, também cantora, que lhe abandonara. Começa então o misto de calvário e pesadelo do protagonista, que inclui até uma crucificação e a obrigação de vestir as roupas da fugitiva. Surpreendentemente os demais personagens do filme (todos homens), começam a tratá-lo também como a dita fujitiva.
Mais uma vez o tal maluquinho é fator determinante na sequência dos fatos, quando surge em cena com um bezerro dizendo ser a tal cachorra desaparecida. Segue-se um banho de sangue e uma meia reviravolta, que não determina o fim da via crucis do infeliz.
Não é um filme gay; os personagens simplesmente tomam o coitado como uma mulher que nunca tem sua verdadeira estória explicada. As cenas de sexo se limitam a duas: uma de bestialismo e o estupro do infeliz.
Vale ser visto pela segurança da narrativa e da direção, que passa toda a agonia do protagonista. A fotografia é bacana, utilizando o vermelho em quase todas as cenas, em maior ou menor intensidade, e criando um clima sufocante, mesmo com muitas cenas de externas. Destaque também para uma bizarra e assustadora cena de dança no bar do povoado e para a capa do DVD.